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Precisamos lutar contra o aumento do desemprego e da pobreza


Marco Pinheiro Presidente da Acese e do Conselho Deliberativo do Sebrae Sergipe A pandemia de coronavírus acarretou em inúmeros males. Além da grande quantidade de vidas perdidas – um fato irreparável, diga-se – também há grandes prejuízos sociais


18/10/2023

16:46:13

Marco Pinheiro
Presidente da Acese e do Conselho Deliberativo do Sebrae Sergipe
 
A pandemia de coronavírus acarretou em inúmeros males. Além da grande quantidade de vidas perdidas – um fato irreparável, diga-se – também há grandes prejuízos sociais, refletidos na crise econômica que a doença espalhou ao redor do globo. A miséria tem se espalhado no Brasil. E em Sergipe não tem sido diferente.
 
Um retrato desse cenário econômico negativo pode ser observado nos números crescentes do desemprego. Esta semana, o IBGE divulgou os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) tratando sobre o mercado de trabalho no primeiro trimestre de 2021. E os indicadores são preocupantes.
 
No País, a taxa de desocupação é de 14,7%, atingindo cerca de 14,8 milhões de brasileiros. Este é o maior número desde o início da série histórica, em 2012, quando a pesquisa começou a ser feita. Como Sergipe não é uma ilha, a estatística também ligou um sinal de alerta. A taxa de desocupação por aqui chegou a 20,9%.
 
Ou seja, 1/5 da população sergipana está sem trabalhar neste momento. Considerando os dados anteriores da pesquisa, entendemos que há uma escalada da falta de emprego, uma vez que no primeiro trimestre de 2020, a taxa de desocupação era de 15,5%. Entre outubro, novembro e dezembro do mesmo ano, era de 18%.
 
O PIB do Brasil foi jogado lá para baixo. Em 2020, o saldo foi de - 4,1%. Está claro que a pandemia foi determinante. Há mais de um ano que enfrentamos restrições que derivam queda da economia. O lockdown, adotado em algumas cidades, decretou o fechamento definitivo de muitas empresas. E a força de trabalho adotada por elas se viu, então, desempregada.
 
E pior: com a falência dos estabelecimentos, esses trabalhadores encontram poucas opções de recolocação. São pais e mães de famílias sem sustento durante a maior crise do último século. A consequência é o alastrar da miséria. Dados recentes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) demonstraram que 12,8% da população ficou abaixo da linha de pobreza extrema.
 
Isso significa que cerca de 27 milhões de brasileiros sobrevivem com apenas R$ 246 por mês. O auxílio-emergencial vem para atenuar as dificuldades dessa fatia da população. Contudo, a melhor política social de todas é outra: o emprego. É preciso salvar o emprego, dando condições para que a economia se restabeleça e as empresas voltem a contratar. 
 
Para isso, é preciso que todos se unam em prol desse objetivo. É hora de darmos as mãos, com um esforço nacional, conectando as prefeituras, governos estaduais e federal, organizações e o setor produtivo para criação de políticas que favoreçam a retomada da economia. Com incentivos e reformas profundas. Sem isso, dificilmente este cenário será revertido a curto ou médio prazo.

 

Publicado em 31/05/2021

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